Uma carreata pelas principais ruas do Centro de Petrolina reforçou na manhã de hoje (17) o posicionamento dos empresários petrolinenses contra o lockdown decretado pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara na última segunda-feira (15). A medida que prevê a interrupção dos serviços não essenciais no Estado começa a valer amanhã.

“Estamos reunidos para demonstrar a nossa indignação. Há exatamente um ano estávamos fazendo esse mesmo movimento, mas naquela época entendíamos que o problema era de fato muito grave, muito sério, todos nós temos consciência disso. Tínhamos a consciência de que precisávamos realmente parar para preparar o sistema para conseguir combater esse problema que assolou o mundo inteiro. Mas agora é uma questão de sobrevivência do comércio. A gente não consegue mais fechar porque quem fechar corre o sério risco de não conseguir mais abrir”, afirmou ao Nossa Voz o proprietário da Vila Fitness, Diogo Lima.

De acordo com o empresário, no ano passado as medidas adotadas para socorrer a categoria possibilitaram a retomada das atividades. Entretanto, no presente, não há mais fôlego para interromper o funcionamento, prejudicando o fluxo de caixa desses estabelecimentos. “Dessa vez, diferente da primeira, a gente não tem o poio do Governo Federal para suspender contratos de trabalho. Os compromissos dos auxílios emergenciais não foram prorrogados e a gente não tem condições de fechar. A gente não teme esse direito. Os funcionários também estão juntos, é uma causa que está todo mundo abraçando porque é uma questão de sobrevivência”.

Além dos prejuízos já vislumbrados, os comerciantes também se sentem frustrados por seguirem os protocolos previstos e ainda assim amargarem a punição da suspensão das atividades em suas lojas. “Todo o comércio seguiu a risca, todo mundo disponibilizando álcool em gel, cobrando máscara, e cada um fazendo a sua parte. Agora a gente quer cobrar do poder público que tenha sensibilidade, aumente o número de leito, a oferta de leitos que foi reduzida. Cobramos do governador o Hospital de Campanha de Petrolina que foi retirado e a gente não pode mais aceitar esse tipo de situação. A gente precisa se unir para superar isso. O lockdown a gente não enxerga com bons olhos porque é uma situação que está abalando tanto o patrão como o funcionário”, lamentou Lima.

A proprietária da agência de publicidade, Alto Criativo, Aléssia Saluára destacou, em entrevista ao Nossa Voz, não ser justo que apenas a classe empresarial arque com as consequências do agravamento da pandemia. “Ano passado fizemos tudo que foi pedido e nada foi resolvido, então acredito que a gente tem que se unir e lutar pelo nosso país enquanto há tempo. Ontem comentei que era muito fácil, era só baixar o salário de todo mundo: 50% de vereador, prefeito, governador para a cidade se manter. A gente não vai arcar mais com a irresponsabilidade política do nosso país”.

Fonte: Blog Nossa Voz

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