A secretária da Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”, por ser uma das principais defensoras do chamado “tratamento precoce” com remédios ineficazes para o tratamento da doença, está sendo ouvida nesta terça (25) na CPI da Covid-19. Logo no começo, respondendo a um questionamento do senador Renan Calheiros, a secretária Mayra Pinheiro afirmou que “nunca” recebeu ordem sobre uso de medicamentos.
“O Brasil não é obrigado a seguir a OMS. Se assim tivéssemos feito, teríamos falhado como a OMS falhou diversas vezes”, disse a secretária ao responder a uma pergunta do senador Renan Calheiros, que a indagou o motivo de o governo Bolsonaro ter insistido na recomendação da cloroquina mesmo após a Organização Mundial da Saúde atestar a ineficácia do medicamento no tratamento da Covid-19.
Mayra Pinheiro afirmou que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello soube sobre o desabastecimento de oxigênio em Manaus no dia 8 de janeiro deste ano. A declaração contradiz versão dada por Pazuello à CPI na semana passada, quando ele sustentou que apenas teve conhecimento da situação na noite do dia 10 de janeiro. Mayra Pinheiro disse que, enquanto esteve em Manaus, de 3 a 5 de janeiro, não foi informada pelo governo local sobre a iminência da falta de oxigênio hospitalar.
O senador Renan Calheiros questionou se Mayra Pinheiro foi a responsável pela criação do “TrateCov”. “Não posso dizer se sim ou não. Preciso explicar para o Brasil o que é o TrateCov”, disse a secretária. “Não interessa ao Brasil”, interrompeu o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). “Quem criou o aplicativo foram os técnicos da minha secretaria”, acrescentou a servidora do Ministério da Saúde. Em seu depoimento à CPI na semana passada, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou que a ideia para a criação da plataforma partiu de Mayra. A secretária Mayra Pinheiro disse que o aplicativo “TrateCov” foi invadido e usado indevidamente por um jornalista.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) questionou por que Mayra Pinheiro pediu um habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF), se afirmou aos senadores que, para ela, foi uma “honra” ter participado da missão em Manaus. A secretária do Ministério da Saúde disse que viu depoentes sendo tratados como réus na CPI e quis se proteger.
Fonte: Jovem PAN
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